Conheça Floquildo, o gato que foi resgatado no Laos e virou uma celebridade no Brasil
Floquildo é um gatinho gringo que vive em São Paulo. Ele nasceu no Laos, um país asiático, mas bem que sua história daria uma novela mexicana: resgatado das ruas quase sem vida, viajou em caixas de papelão, foi beneficiado por uma “vaquinha” on-line, conseguiu dinheiro para imigrar para o Brasil e hoje é uma celebridade felina com milhares de fãs em sua página no Facebook.
A sorte brilhou para Floquildo quando ele ainda era bem pequeno. Em 2013, a jornalista Carolina Vila-Nova e seu namorado faziam uma viagem por vários países da Ásia. Eles visitavam o Laos quando, durante um fim de tarde, sob o calor de 30°C, decidiram ir a um bar.
No meio do caminho, encontraram um gatinho minúsculo sentado numa calçada. O casal, que já vivia com dois gatos adotados em São Paulo, estranhou um bichinho tão pequeno parado ali, sozinho.
O namorado de Carolina, Solly Boussidan, pegou o gatinho no colo. Mas o bichano estava tão fraquinho que nem sequer miou, apenas dormiu e começou a ronronar.
O casal percebeu que o filhote estava com febre e com os olhos bem sujos por uma secreção. Eles decidiram que não poderiam deixar o gatinho ali, senão ele morreria. E foi assim que começou a aventura de Floquildo.
“A pessoa que encontramos para dar os primeiros cuidados ao Floquildo era um médico que cuidava de um rebanho do governo”, conta Carolina.
Ele aplicou o único antibiótico que tinha, indicado para vacas, adequado ao peso do gatinho. A medicação fez efeito e o casal pode seguir viagem com Floquildo.
“Viajamos com ele de abril a junho. Cruzamos o Laos inteiro com ele numa caixa de papelão até chegarmos a Vientiane, a capital do país, onde esperávamos que uma ONG de resgate de animais pudesse acolhê-lo”, diz Carolina. Porém, a instituição estava fechando as portas por falta de recursos.
Carolina e o namorado precisavam voltar para o Brasil, mas a essa altura já haviam decidido que ficariam com o gatinho. Eles atravessaram a fronteira do Laos com o Vietnã e lá, finalmente, encontraram um veterinário.
“Floquildo estava com infecção urinária e precisava tomar as vacinas, ser chipado e passar por exames antes de poder vir para o Brasil”, diz Carolina. O problema é que tudo isso, incluindo o transporte internacional, sairia por US$ 2.000 e o casal não tinha mais dinheiro.
Foi então que Juliana Bussab, uma das fundadoras da ONG Adote Um Gatinho, que já conhecia Carolina e ficou sabendo da história do Floquildo, deu a sugestão de fazer uma “vaquinha” on-line para arrecadar o dinheiro. Em pouco mais de 24 horas, eles conseguiram o valor e puderam viajar com o gatinho para o Brasil.
Hoje Floquildo vive com os donos e mais três gatinhos: Juca e Dinga, que o casal já tinha antes da viagem para a Ásia, e Picolina, que foi adotada depois.
Mas Carolina e Solly não pararam por aí. Em junho deste ano eles estavam em Belém, no Pará, participando da festa do Arraial da Pavulagem, quando viram uma gatinha revirando o lixo atrás de comida. Adivinha o que eles fizeram? Resgataram a gatinha, claro.
“Chegamos a anunciar o resgate para possíveis adotantes, mas logo percebemos que ela estava doente e que precisaria de cuidados especiais”, conta Carolina.
Eles trouxeram a gatinha para São Paulo e ela foi diagnosticada com suspeita de PIF (peritonite infecciosa felina). Batizada de Pavulina, ela recebeu tratamento veterinário, mas não resistiu e morreu em agosto.
“Diziam que as chances dela eram pequenas, mas, na nossa cabeça, queríamos dar a melhor vida que ela pudesse ter, por mais curta que fosse. Ela ganhou uma mantinha, um arranhador e sachezinhos todos os dias”, diz.
A história de Floquildo e de sua família felina é contada na página do gatinho no Facebook. Pela rede social é possível saber mais detalhes sobre o resgate dele e sobre a vida atual desse gato sortudo que veio lá de longe para ser feliz no Brasil.