Saiba quais são as regras para frequentar um cat café no Japão

POR HELOÍSA NEGRÃO

EDITORA-ADJUNTA DE NOVAS PLATAFORMAS

Entre em uma antessala, tire o sapato e lave bem as mãos. Só então você poderá entrar no Nekokaigi, um cat café (café de gatos, em tradução livre) em Kyoto, no Japão.

Uma sala grande em um prédio comercial abriga 13 gatos com nomes de frutas e sabores de sorvete. O local é equipado com vários brinquedos para os gatos subirem (há até prateleiras para os bichanos se esparramarem lá no alto). A função deles é ficar ali para serem acariciados por quem não pode ter um gatinho para chamar de seu.

A hora custa 800 ienes (cerca de R$ 18), o cliente pode pedir uma bebida (chá, suco, café ou refrigerante), sentar em um sofá e usufruir da companhia dos felinos.

Os humanos pagam, mas quem decide ali são os gatos. Não é permitido pegá-los no colo nem incomodar quem está dormindo. “Os gatos não gostam de ser carregados. Se eles quiserem colo, eles vão até a pessoa”, diz Horii Mayuko, dona do local.

Crianças não são permitidas (somente maiores de 12 anos), pois podem puxar o rabo das estrelas da casa. Fotos? Ok, mas sem flash.

Ex-funcionária pública, Mayuko uniu a vontade de abrir um negócio próprio ao seu amor por gatos. Hoje, ela chega a receber até 60 pessoas nos finais de semana. A procura já foi maior. “Tivemos um boom de neko [gato, em japonês] café há uns dois anos. Agora, só vem mesmo quem gosta de gatos”, afirma.

Todos os gatos foram adotados ainda filhotes e os mesmos 13 estão lá desde o começo (eram 14, mas um morreu). “Eles cresceram cercados de pessoas, por isso são calmos e receptivos”, diz.

Os japoneses não podem ter pets na maioria dos apartamentos, que são muito pequenos, por isso buscam esses cafés para matar a sua carência de gatos. “Recebemos muitos idosos, que preferem não ter um gato próprio, pois têm medo de morrer e deixar o bicho sozinho”, conta Mayuko.

No Japão, não é difícil encontrar um café com miados. Há mais de 40 só em Tóquio. A ideia foi exportada e é possível alugar ronrons em Taipei (Taiwan),  São Petersburgo (Rússia), Budapeste (Hungria), Seul (Coreia do Sul) e Xangai (China). Vietnã, Tailândia e Alemanha também têm os seus.

No Brasil, não é permitido ter animais em estabelecimentos que vendem comida. De acordo com a Gerência Geral de Alimentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), “as áreas internas e externas do comércio devem estar livres de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente, não sendo permitida a presença de animais”. Essa medida, segundo a agência, é necessária para a prevenção de zoonoses.

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