Tom, o gato de bermuda, mostra que animal com deficiência pode ser feliz e levar vida normal
Tom, o gato de bermuda, é famoso no Instagram: ele é paraplégico, precisa usar fralda e veste uma bermuda por cima. A peça de roupa foi uma maneira que a fonoaudióloga Mônica Pereira, a “mãe” de Tom, encontrou para o gatinho parar de arrancar a fralda com os dentes e se sentir mais confortável para se locomover pela casa.
O bichano de quatro anos foi resgatado em 2014 pela ONG Amigos de São Francisco. Ele foi encontrado na rua com ferimentos graves de mordidas de cachorro e sem conseguir andar.
Na ONG, ele recebeu tratamento, fez cirurgias, mas não recuperou os movimentos das patas traseiras. A história de Tom tinha tudo para se juntar às estatísticas de animais com deficiência que são resgatados por ONGs, mas nunca encontram um adotante.
No entanto, a sorte de Tom mudou quando Mônica viu a foto do bichano no site do abrigo. “Eu nunca tinha tido um gato antes, mas havia um tempo que estava pensando em adotar um. Quando o vi, fiquei apaixonada”, diz.
A adoção foi um processo longo. Como Tom não sentia a parte inferior do corpo, ele mordeu o rabo e o pênis enquanto ainda estava internado. Os ferimentos foram tão graves que o jeito foi amputar tanto o rabo como o pênis, o que fez com que a internação do gatinho se prolongasse por mais dois meses.
Mônica também precisou aprender a cuidar de Tom, trocar fralda e estimulá-lo a fazer xixi e cocô. As instruções foram passadas pelos veterinários e ela aprendeu tudo rapidinho.
O bichano usa fralda de recém-nascido e bermuda de bebê tamanho P. A fonoaudióloga conta que teve a ideia de pôr uma bermuda em Tom quando chegou em casa e encontrou um rastro de xixi pelo chão: mais uma vez o gatinho tinha arrancado a fralda com os dentes.
Mônica se lembrou que tinha uma bermuda de seu afilhado recém-nascido e colocou no gato. “Tom se adaptou superbem à bermuda e nunca mais tirou a fralda”, diz.
Mesmo com os cuidados a mais que precisa ter com Tom, Mônica afirma que o amor que sente pelo gatinho supera qualquer dificuldade.
“É compensador conviver com ele. Todas as coisas ruins ficam menores, sem importância. A gente passa a ver tudo diferente”, conta a “mamãe”.
Basta ver as fotos e vídeos que Mônica posta no Instagram para perceber como esse gatinho é amado e feliz. Mesmo sem mexer as patinhas traseiras, Tom brinca como qualquer gatinho normal, sobe no sofá, na cama e está sempre com um olhar alegre.
E, apesar de ter sido mordido por um cachorro no passado, Tom se dá muito bem com os cães da família de Mônica. O gatinho é um exemplo de superação, amor e simpatia.