Casos de toxoplasmose em São Paulo mostram que gato não é o vilão

Quando o assunto é toxoplasmose, a culpa sempre acaba caindo em cima do gato. Mas não é o contato com o bichano que vai levar à doença.

A enfermidade é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, parasita que pode ser encontrado em água contaminada, alimentos mal lavados e mal cozidos e também em fezes de felinos infectados.

De acordo com avaliação preliminar da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), ligada à secretaria da saúde, os 45 casos registrados em São Paulo desde março deste ano foram causados por “provável transmissão alimentar, envolvendo restaurantes e buffets”.

Então por que a toxoplasmose é conhecida como “doença do gato”? Porque eles são os hospedeiros definitivos do parasita. Ou seja, é no organismo do felino que o Toxoplasma gondii vai se reproduzir de modo sexuado.

Para isso, o gatinho precisa ser contaminado ingerindo os oócitos do parasita que podem estar presentes em hospedeiros intermediários, como aves, roedores e porcos. Se um gato saudável entrar em contato com as fezes de um bichano contaminado, ele também pode se infectar.

“Um exame de sorologia para toxoplasmose consegue detectar se o animal está infectado”, explica Mário Marcondes, diretor clínico do Hospital Veterinário Sena Madureira. Se estiver, o gatinho pode ser curado com medicação à base de sulfa.

Para evitar a contaminação, é indicado usar luvas ao limpar a caixinha de areia do gato. Além, é claro, de consumir alimentos bem lavados, cozidos e seguir as orientações publicadas no portal do Ministério da Saúde. 

As mulheres grávidas devem ter atenção especial, já que a infecção durante a gestação pode provocar aborto ou malformações do bebê.