Eles cumprimentam outros gatos com toque de focinhos, fiscalizam as redondezas e não são nada preguiçosos.

Essas são algumas das observações feitas pela ecologista comportamental Maren Huck, da Universidade de Derby, e pela especialista em comportamento animal Samantha Watson, da Universidade Metropolitana de Manchester, no Reino Unido. O estudo foi publicado em maio na revista Applied Animal Behavior Science.

Os pesquisadores colocaram pequenas câmeras nas coleiras de 16 gatos e observaram o comportamento dos bichanos durante quatro anos. No início, o experimento envolvia 21 felinos, mas nem todos aceitaram o dispositivo no pescoço.

Segundo Huck, a ideia surgiu em 2014, quando sua gatinha Treacle levou “de presente” para ela um pássaro grande. Ela ficou pensando como a gata poderia ter capturado uma presa daquele tamanho e decidiu pôr uma câmera na felina.

As primeiras impressões mostraram que a gata vocalizava em tons bem diferentes quando estava sozinha e que, durante seis meses, caçou apenas um ratinho.

Huck também percebeu que quando ficava no quintal com Treacle, ela costumava dormir ou se lamber, provavelmente porque se sentia protegida perto da tutora. Já quando ficava sozinha, a bichana era muito mais ativa.

Depois de observar os 16 gatos por quatro anos, a equipe de pesquisadores concluiu que, apesar da fama, os gatos não são preguiçosos.

Enquanto estão em espaços externos, como jardins, os felinos são bem agitados e gostam de fiscalizar os arredores.

Mesmo sendo territorialistas, nem sempre brigam quando outro gato se aproxima. Às vezes, até se cumprimentam tocando os narizes ou apenas ficam se encarando à distância.

Ao contrário de outras pesquisas já realizadas com câmeras em felinos, que tinham como objetivo traçar rotas por onde eles andavam e verificar quantos animais caçavam, o estudo liderado por Huck pretende compreender o comportamento dos bichanos e melhorar a qualidade de vida de gatos domésticos.

Assista ao vídeo abaixo com trechos das filmagens.