Brasil tem mais de 30 milhões de gatos vivendo em lares; felinos são o ‘pet do futuro’, aponta pesquisa

Mais de 37 milhões de lares no Brasil têm ao menos um bichinho de estimação, segundo a pesquisa Radar Pet 2020, divulgada nesta quinta-feira (17). A maioria deles são cães e gatos.

Os cães estão em primeiro lugar, são 54 milhões. Mas os bichanos ocupam uma honrosa segunda posição: são 30 milhões de felinos ronronando e arranhando sofás por esse país afora.

No total, o Brasil tem 84 milhões de animais de companhia. É o segundo país do mundo com mais pets, perdendo só para os Estados Unidos, com mais de 135 milhões.

Os resultados do levantamento da Radar Pet 2020 foram anunciados nesta quinta pela Comac (Comissão de Animais de Companhia) do Sidan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal).

O Radar Pet 2020 traçou o perfil de tutores e identificou tendências em produtos e serviços para os animais domésticos por meio de pesquisas quantitativas e qualitativas com mais de 3.500 brasileiros de todas as idades, gêneros e classes sociais.

Entre os resultados, uma das melhores notícias é que entre as principais tendências apontadas pelo Radar Pet 2020 está a adoção de animais. Neste caso, a preferência é por gatos abandonados –59% do total, contra 33% dos cachorros.

Outra curiosidade apontada pelo levantamento está relacionada com o cuidado com os pets: para a maioria dos tutores, o cuidado com os bichinhos é similar ao dado aos membros da família, comportamento observado em todas as classes sociais, mesmo em tempos de crise.

VEJA ALGUNS DESTAQUES DA PESQUISA

Presença dos pets Cerca de 53% dos domicílios brasileiros contam com cães ou gatos. Dentro desse percentual, 44% são habitados por cães e 21% por gatos. Há uma média de 1,72 cães e 2,01 gatos por lares brasileiros. Os gatos, em geral, são os pets de entrada (o primeiro contato de pessoas com os animais de companhia) e contam com um crescimento 3 vezes maior do que os cães dentro do Brasil.

“Temos mais cães, mas os gatos têm ganhado um grande espaço nos lares brasileiros. É um animal de entrada para muitas pessoas e famílias. No Nordeste, por exemplo, há já uma predominância dos gatos. Um dos possíveis motivos para isso, além do perfil do animal, é um custo mais baixo mensal. O gato vai ser o pet do futuro”, afirma Leonardo Brandão, coordenador da Comissão de Animais de Companhia do Sindan e responsável pela apresentação dos dados aos jornalistas.

Tipos de pet Os vira-latas ou SRD (sem raça definida) são a maioria dos animais de companhia brasileiros. Entre os cães, 42% são vira-latas. Cerca de 70% daqueles com raça definida são de pequeno porte. As raças favoritas dos brasileiros são, respectivamente, pincher, poodle e shitzu. Entre os gatos, 65% são sem raça definida. Entre aqueles com raça, os siameses são predominantes.

Os tutores 60% das pessoas responsáveis pelos cuidados dos animais de companhia são mulheres. Além disso, 58% dos tutores são casais ou pessoas que moram juntas. Grande parte dos responsáveis, tanto por cães ou gatos, também são famílias com filhos. Apenas cerca de 10% dos tutores moram sozinhos.

Gastos mensais Os tutores de cães gastam uma média R$ 224 por mês para cuidar dos pets, entre banho, tosa, alimentação e acessórios para o animal. Já os tutores de gatos investem cerca de R$ 168 mensais nos cuidados com o pet.

Adoção A maioria dos pets, sejam cães ou gatos, chegaram aos seus tutores como um presente ou por meio de processo de adoção. Entre os animais nos lares brasileiros, 33% dos cães e 59% dos gatos foram adotados. Leonardo analisa que, durante a pandemia, é provável que os números tenham crescido.

Relação com os pets Cada vez mais, os brasileiros estão criando laços afetivos com seus pets. A maioria enxerga os animais como um filho ou membro da família. Um dos dados da pesquisa revela que, por exemplo, a saúde dos animais de companhia são tão importante dentro do lar quanto a da demais pessoas. Também existe uma grande preocupação com o envelhecimento do pet e o cuidado com a saúde preventiva dos animais. Contudo, ainda é baixa a frequência de idas ao veterinário.