Pesquisa mostra aumento de 30% no número de gatos vivendo em lares no Brasil durante a pandemia

Mais gatos ganharam um sofá para arranhar e chamar de seu durante a pandemia do novo coronavírus.

Uma pesquisa encomendada pela marca de ração Royal Canin, realizada em agosto deste ano com 2.000 tutores de felinos em todo o Brasil, mostra um aumento de 30% no número de bichanos nos lares brasileiros durante a quarentena, que começou em março.

De acordo como levantamento, 11,5% dos tutores que adotaram um gato nesse período disseram que o principal motivo foi o sentimento de solidão e 9,1% por considerarem a fase ideal para acompanhar a adaptação do pet.

Em setembro, a pesquisa Radar Pet 2020 revelou que mais de 37 milhões de lares no Brasil têm ao menos um bichinho de estimação, sendo a maioria deles cães e gatos.

Os cães estão em primeiro lugar, são 54 milhões. Mas os bichanos ocupam uma honrosa segunda posição: são 30 milhões de felinos ronronando em casas e apartamentos por esse país afora.

No total, o Brasil tem 84 milhões de animais de companhia. É o segundo país do mundo com mais pets, perdendo só para os Estados Unidos, com mais de 135 milhões.

Entre os resultados, uma das melhores notícias é que entre as principais tendências apontadas pelo Radar Pet 2020 está a adoção de animais. Neste caso, a preferência é por gatos abandonados –59% do total, contra 33% dos cachorros. Por isso, o gato é considerado o pet do futuro.

A pesquisa da Royal Canin aponta que 43% dos tutores que adotaram um gato durante a pandemia não levaram o bichano nenhuma vez ao veterinário. E 29% dos que já possuíam um felino antes da pandemia relataram que diminuíram a frequência das consultas devido ao isolamento social.

Os dados também mostraram que a nova rotina nos lares afetou emocionalmente os bichanos: 36% dos entrevistados disseram que seu gato ficou mais estressado depois que os tutores passaram a ficar em casa o tempo todo ou a maior parte do dia. Outro dado preocupante está relacionado à obesidade: 26% dos donos perceberam que seus gatos estão comendo mais do que o normal.

Outro dado levantado na pesquisa mostra que os gatos acabaram aparecendo de uma maneira menos planejada na vida dos tutores se comparado aos cães. Mais de 47% dos respondentes disseram que o gato simplesmente apareceu em sua casa ou que o encontrou na rua e acabou ficando com ele.

Cuidados com a espécie 
Dos tutores que não levaram seus gatos a consultas nos últimos cinco meses, 32,6% alegaram que não o fizeram por não se sentirem seguros por causa do novo coronavírus, e 40,1% relataram que não levaram o animal à clínica pela não ocorrência de um problema de saúde desde o início da pandemia.

Além disso, a pesquisa também mostrou que 23% dos tutores que diminuíram o número de consultas o fizeram em razão do gato ficar estressado fora de casa, incluindo na clínica veterinária. Por essa razão, a Royal Canin fez uma parceria com a American Association of Feline Practitioners e a International Society for Feline Medicine e se tornou patrocinadora do programa Cat Friendly Practice no Brasil.

Criado por especialistas em felinos, o programa tem o objetivo de mudar a cultura dos profissionais, das clínicas e hospitais veterinários para que compreendam melhor as reais necessidades dos gatos, elevando o cuidado e reduzindo o estresse do animal, de seu tutor e de toda a equipe envolvida em seu atendimento.

Queda no orçamento mensal 
A pesquisa também revelou que, antes da pandemia, a média mensal de gastos com o gato estava majoritariamente entre R﹩ 50 e R﹩ 100. Após o início da quarentena, observou-se um corte de gastos e 48% dos tutores entrevistados relataram gastar até R﹩ 50 por mês com todos os cuidados dedicados ao seu bichano.

A redução dos investimentos com a saúde do pet também foi evidenciada em outra pesquisa realizada pela Royal Canin, em junho deste ano, com clínicas e hospitais veterinários, que mostrou queda de faturamento em 67% destes estabelecimentos. Destes, 20% tiveram queda de mais de 30% nos resultados financeiros.